segunda-feira, 14 de março de 2011

Geração à rasca



À rasca!




Foi com enorme satisfação que vi, no passado fim de semana, essa grande manifestação de descontentamento que percorreu a Avenida da Liberdade. Não tanto pela manifestação em si mas pelo que ela representou, enquanto movimento espontâneo de jovens que, finalmente, parecem ter acordado para a cidadania e para a democracia participativa. Durante anos vi as condições sociais dos cidadãos degradarem-se sem que estes, entre os quais me incluo, decidissem tomar medidas que abanassem as estruturas políticas implantadas nos últimos trinta e tal anos. Finalmente apareceu algum sinal de descontentamento. Mas será que esta movimentação virá a ter algum efeito na hora da tomada de decisões dos nossos governantes actuais e futuros? Duvido. Já se preparam mais medidas para um novo PEC e estas serão, naturalmente, aplicadas sobre os mais fracos, isto é, sobre os jovens, os velhos e os desempregados. A banca continuará isenta, as mais valias não serão taxadas e as grandes empresas encontrarão forma de fugir ao pagamento uma vez mais.
O principal partido da oposição também já avisou, de forma mais ou menos subjectiva, quais serão as suas grandes medidas: Reduzir a remuneração aos fins de semana, redução de salários em caso de dificuldades financeiras (está-se mesmo a ver que serão todas as empresas), uniformização do regime de recibos verdes etc. Com estas medidas, é fácil ver, vão continuar a existir os falsos recibos verdes, que vão continuar a ser retirados direitos a quem trabalha e que os salários miseráveis que as empresas portuguesas pagam aos seus trabalhadores, irão ser ainda mais miseráveis.
Por tudo isto deixo um conselho aos jovens da "Geração à Rasca";  fujam daqui enquanto é tempo,  porque senão estas sanguessugas transformar-vos-ão em "Geração ainda mais à rasca".