quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

E foi-se o Fado



Silêncio, que se vai cantar o fado.




Ao contrário da maioria dos Portugueses, não estou muito convencido que a elevação do Fado a Património Imaterial da Humanidade seja uma coisa boa para o Fado. Pelo menos não o será para o fado autentico de raiz popular que existiu até há alguns. Como quase sempre acontece, quando uma qualquer realização popular tem sucesso, logo aparecem as elites, ou as supostas elites, a tomar conta do assunto para, alegam, a coisa não se perder. Assim será com o fado! Nos últimos anos a tendência já ia nesse sentido. Os fadistas já eram, em grande número, veterinários, doutores, membros de famílias-bem e afins. Com esta nomeação não tenho dúvida de que os Merceneiros, as Argentinas, as Hermínias e os Fernandos Maurícios deste país estão definitivamente arredados do top do fado.
Não sendo grande  fã do fado não posso deixar de lamentar o desaparecimento da autenticidade para dar lugar ao fado para turista do estilo "mastigar e deitar fora". Espero que o tempo me prove que estou errado mas tenho pouca esperança.

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